sexta-feira, 28 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Novo Amor
Há uma nova forma de amar, um amor moderado, lógico, controlável.”
Amor meu!
Te amo assim, desse jeito,
Que do calor dos peitos seus,
Já após o beijo, desfeito,
Olhando o azul dos céus.
Amo de vez em vez!
Não quero ser pressionado,
Viverei livre como beija-flor,
Não serei aprisionado,
Pelo seu ingrato amor.
Amo logicamente!
As horas que contigo passo,
São preciosas, ficam na memória,
Mas, logo após, me livro do seu laço,
Sozinho farei história.
Amo moderadamente!
Tenho uma vida para viver,
E você também a tem,
Por ti não hei de sofrer,
Distanciando-me, porém.
Amo disfarçadamente!
Do sorriso sincero,
Tens de mim a gratidão,
Por entender este esmero,
Do fundo de meu coração.
(Carlos A. T. Rossignolo)
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Elétrons
Passe de mim, sua teoria e seus subníveis ,
Não quero cálculos, quero da poesia a semântica,
Renego seus números, suas regras infalíveis.
A luz pisca melancólica...
Caias sobre ti, oh elétrons, as cargas negativas,
Que impulsionam, em uma corrente, minha vida
Em um sentido contrário, ausente de sensações positivas,
Em sua órbita insensível, imóvel, polida.
Bate estridente o sinal...
(Carlos A. T. Rossignolo)
terça-feira, 25 de maio de 2010
Reflexão
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Túmulo Profundo

Em uma noite gélida, fria e morta em seu sentido
Quando das árvores caíam as últimas folhas sombrias
A névoa pairava sobre o campo alvo e abatido
Jazia um linda jovem, que distante sua face a fazia
Seu sangue estava escuro, sem aquele vermelho vivo
Seus olhos não mais transmutavam aquele azul profundo
Suas mãos gélidas não me faziam seu cativo
Sua imutabilidade e impotência pregavam-na ao fundo
Os corvos cantavam um som fúnebre e vazio
Os vermes estavam a esperar sua carne aveludada
O vento fazia reverência a face morta - sopro frio
E ao mais profundo sono de desespero estava destinada
Sua beleza já se desfazia, seu corpo em decomposição
O ruído da noite desviava do túmulo da senhora
E não mais ouvia, aquele forte e ritmado som do coração
Que não mais batia com a leveza de outrora
Sua tumba, com pesado mármore, foi lacrada
Não havia volta, sentia o peso da terra
E sua boca, formadora de belas palavra - fechada
O anjo da outra vida, tocar a trombeta, imóvel, espera.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Música Eterna

Ao som de teclas de piano
Sinto o som, sinto a música
Que é profunda como oceano
E se tinge de rubrica
Sinto o cheiro das flores
Vejo o dançar de pássaros
Que no ar dançam em cores
E sentem a ópera como Zéfiros
As claras nuvens ao amanhecer
Distorcem a paisagem fina
E cobrem o raios que vem aquecer
As pastagens sobre a campina
Notas, notas! Belas e límpidas
Mudam a realidade eterna
Torna-a mais amena e cristalina
Clareiam o fundo da caverna
O tempo vem passando vago
Vem refletindo sua imagem no lago
Seu brilho, seu envelhecer
Não há outra forma de viver.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Athena

Tu, oh poderosa protetora
Protegeste a polis grega não por amor
Foste minha musa inspiradora
E em sua face não encontrei temor
Não eras pura, dos cabelos alvejados
Não tinhas olhos azuis, nem vestiste manto branco
Eras calma, singela em seu legado
Reluzia sim, não luz, mas seu encanto
Não foste sonho a mim, e sim alegria
Em visão tangível aparecia, me mostrando o mundo real
E em gestos brandos, calmos, uma epifania
Somente a ti, meu coração é leal
Somente a seus cabelos negros, harmonia
Somente em tua companhia, quero a vida eternal.
(Carlos A. T. Rossignolo)
domingo, 23 de maio de 2010
Máscaras

Os bailes, as festas, bacanais
E a nobreza de taças se esvaiam
Em vinhos, dos campos fraternais
Nas noites de tom alaranjado
Banhadas pelas vermelhas velas
Os vestidos das damas alvejados
Conjuntavam com máscaras amarelas
Máscaras! Mascaras para disfarçar
A pobreza de uma nobreza
Que não cessa de matar
A esperança da plebe com destreza
Em taças de ouro bebiam
O vinho que ao sangue era comparado
E ao som da música se esqueciam
Do Amor que era subjugado.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Nova Ismália
Que não havia paz em seu cantar...
Viu em sua cabeça um véu,
Viu em seu semblante o chorar.
Seu mundo se escureceu,
As máquinas queria quebrar...
Queria a igualdade para os seus,
Queria seu pranto enxugar...
Na loucura em que se deu,
Em seu íntimo pôs-se a gritar...
Estava longe do céu,
Estava decidida a morte se entregar.
E com heroína se deu,
O seu triste pesar...
Enlouqueceu, emudeceu,
Já não podia mais cantar...
Seu corpo entregue aos seus,
Sua alma a vagar...
Não havia mais véu,
Não havia mais cantar.
(Carlos A. T. Rossignolo)
sábado, 22 de maio de 2010
Anjo
Vem em sonhos me tanger
Da névoa envolta faz-se cela
E impõe à realidade a se esconder
Seus vestidos reluziam como prata
Seus olhos azuis ondulavam como oceano
Em sua imensidão me traga e mata
As minhas esperanças, amor tirano!
Em um instante triste e frio
Sua luz abandona meu vago ser
Tornando-me um completo vazio
Não há existência, não há viver
Sem você sou como um rio
Passando as águas sem perceber.
(Carlos A. T. Rossignolo)
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Dia ácido
Em que minhas bases neutralizaram-se,
Meu corpo perdeu a alegria,
Minhas memórias, gritantes, calaram-se.
Nesse produto de sais,
Cristalizou-se minha fé,
Confiança despencou como cristais,
E no chão despedaçou em pé.
Acusa-me de algo que não fiz,
Em sua miséria, em sua loucura,
Isto sempre foi algo que não quis,
Mas recaiu sobre mim como uma noite escura.
Tudo era sol, tudo era luz,
E assim tornou-se noite sem luar,
Sem as estrelas que me conduz,
Sem voz, para cantar!
(Carlos A. T. Rossignolo)
Miséria do ser humano
Da terra fomos feitos
Que ao pó, dos vermes seremos lazeres
E o que se eterniza é o que se tem ao peito.
Na tumba gélida, pálidos estaremos
Do sol não pegaremos a cor
Nas águas não mais remaremos
Das doces frutas não sentiremos o sabor.
Somos a miséria do mundo
Os que exercem domínio irracional
Da vida a morte em um segundo
Nenhum corpo, jamais, eternal.
Tantos sonhos, tantos desejos vis
Planos e metas categoricamente traçados
A morte entregar-me nunca quis
Mas a esse fim fomos destinados.
Idealização fútil, definição errante
Das águas evoluíram
Os céus conquistaram, secantes
E voltaram ao pó que surgiram.
(Carlos A. T. Rossignolo)
sexta-feira, 14 de maio de 2010
(Carlos A. T. Rossignolo)
Mente Turva
Não necessito de mostrar meu valor,
A não ser a mim.
Não suporto mais essa dor,
Que exala jasmim.
Esses medos, esses anseios: disfarçados.
Não posso amar,
Por seguir regras amedrontado,
Por translúcido véu renegar.
As mãos aveludadas que percorriam meu Não,
Você, minha Maçã, meu pecado vão.
Por decisão, amar-te-ei jamais,
E sozinho, nessa névoa cristalina de sais.
Que seja assim!
Sem amores, sem dores, sem cálido véu.
Que em nuvens venham os Serafins
Com trombetas a me conduzir ao céu.
(Carlos A. T. Rossignolo)
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Ínfimo
Você!
Que ao céu me conduz
Com seus lindos olhos azuis.
Você!
Que dos pensamentos meus
Fez cumprir aquilo que prometeu.
Você!
Que das asas ainda não provei
Voar na liberdade da qual me privei.
Você!
Qual espero ansioso encontrar
No céu, na terra, no mar.
Você!
Meu sonho pálido
Que do coração se fez cálido.
Você?
Existe apenas em minhas memórias
Que de ilusória chama, fez real parecer a história.
(Carlos A. T. Rossignolo)
terça-feira, 4 de maio de 2010
Estrela na Janela
Para o vazio obscuro do céu,
Não havia estrelas, não havia luz,
Não havia paz, nem nada.
Estava pedindo aos carrascos a palidez,
Queria fechar os olhos, descansar.
Jazido no meu pranto, no meu manto,
Não havia sentido algum,
Queria desistir, queria parar!
Mas você estava lá, estava a contemplar-me.
Estava a amar-me, sendo como sou.
Tu, oh estrela!
Tu, brilhavas pra mim quando o mundo me abandonou.
Tu, sozinha e alegre, resplandecias o céu,
A mim foste fiel, foate amiga, sincera.
Na minha janela, estrela foste.
Foste estrela, na minha janela.
Estrela companheira, não dos sábios,
Nem dos astrônomos, mas de mim.
Deste pobre, fraco, errante ser.
(Carlos A. T. Rossignolo)
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Conserva a paz, ó minha alma
1- Conserva a paz, tem, ó minha alma
Suporta a cruz que o salvador te deu;
Deus te provê de confiança e calma
E te dará o que te prometeu;
Oh! Fica em paz, pois Ele é fiel;
Contigo está o Santo de Israel.
2- Conserva a paz, feliz é o teu futuro,
Junto a Jesus, amado Salvador;
Teu galardão no céu está seguro,
Breve o terás das mãos do Redentor;
Oh! Fica em paz, pois tens a salvação,
Ao teu redor está o Guardião.
3- Conserva a paz, descansa bem tranqüila,
O teu Senhor por ti velando está;
Amparo tens se o teu pé vacila,
Das mãos de Deus ninguém te tirará;
Oh! Fica em paz e os receios teus
Dissipará O que formou os céus.
(Hino CCB)
Poesia Pura
Para que estimá-la? Ou distorcê-la?
Podemos senti-la, apreciá-la, amá-la.
Podemos tecê-la. Não! Isso é coisa de parnasiano aguado.
Apenas podemos deixá-la se cosntruir.
(Carlos A. T. Rossignolo)
sábado, 1 de maio de 2010
(Carlos A. T. Rossignolo)
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Cálice
Não possuo ideias mirabolantes em minha cabeça
Se as tivesse, um dia talvez esqueça
Mas preciso sentir essa emoção, para poeta, viver.
Sinto o perfume das rosas que são brancas
Vejo a luz do luar penetrar pela janela
Tenho sonhos, lindos, por ela
Dela, lindos sonhos, ancas.
Não! Não posso me entregar a esse desejo vil
Não deixarei ao mundo um verme, desista!
Um parasita destruidor capitalista
Que do céu, com cinzas, retira o anil.
Serei eu, o mais puro ser
Que por não ser puro, morrerei
Morrerei sim, mas me eternizarei
Eternizarei nas obras, feitos, assim viverei.
Não tenho Sangue Real,
O Sangue Real não transmitirei, leal
O Santo Graal tenho por herança,
Do Santo Graal a esperança.
(Carlos A. T. Rossignolo)
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Alice no País das Loucuras Maravilhosas
Por que dá atenção a uma lagarta?
Por que recusas aos permanentes sinais
De que sua personalidade está cortada?
Olhe! Se olhe em um espelho qualquer
Conheças quem tu és
Uma menina, uma moça, uma mulher.
Não cresças a ponto de não ver seus pés.
Do narguilè sai a charada: quem é você?
Da mente confusa e alucinada sai um “não sei”
E assim o Oráculo prevê
Que da Rainha de Copas acabará a lei.
Viva, viva nesse País, viva esse País
Veja as flores coloridas, que pintam de aquarela o céu
Que fazem seus moradores pseudo-felizes
E que as cabeças cortadas saltam dos réus.
Mas da terra nasce a rosa.
A rosa da esperança, não rosa nem vermelha
Que desabrocha, branca, entre a corte e goza
Da verdadeira Rainha em que se espelha.
(Carlos A. T. Rossignolo)
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Velocidade
Tenh muit cois p/faze
Comprar! Comprar! Comprar!
Progresso! Progresso! Progresso!
Q arvor q nad
O bom e progredi
Velocidade!
Velocidade!
(Carlos A. T. Rossignolo)
Utopia do século XXI
Limpa de aristocratas safados
Quero o Socialismo que me custa
Noites de pensamentos exagerados
Vamos! Vamos! Abaixo aos capitalistas
Não quero mais essa sociedade exaurida
Não quero mais um pais de turistas
Que a cara ao mundo mostra retida
Chega! Chega dessa miséria inumana
Somos todos iguais, mesmos direitos
Chega das ideias da minoria, mundana
Chega! Chega dessa classe de industriais
Que nega a natureza e bate no peito
Que pelo capital, tornam-se canibais.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Indescritível
Quem és tu? O que fez com minha alma?
Amor, Amor, Amor!
Como os sábios o definem?
Os apaixonados O sentem
Os loucos O desprezam
Os poetas tentam entendê-Lo
As crianças O desenham
Sentimento puro, alvo e verdadeiro?
Ou apenas uma desculpa para ter o outro?
Um pretexto para se entregar e viajar?
Eu, poeta, toco em Teu nome
Sem nunca ter Te entendido
A Ti assim me refiro, por ter Te vivido.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Conflitos
Tudo se conflita, tudo esvai em meu viver
Penso, penso, penso. Vegeto!
Não consigo conter meu sentimento discreto
Não o posso compartilhar com outros.
Que outros?
Uma sociedade preconceituosa e hipócrita
Não, não podemos ser quem somos em órbita
Temos que ser artistas. Fingir!
Não são fingidores apenas os poetas, mentir
Mas as pessoas sábias fingem. Encenam!
Nesse teatro da existência, condenam.
Tudo se resume ao padrão
E as pessoas acabam esquecendo o coração!
(Carlos A. T. Rossignolo)
Imaturidade Destilada
Que tu venhas cair em mim
Me ajudes contra meus inimigos
A provar minha pura inocência
Não tive culpa nem intenção
Mas querem ver meu fim
Querem me ver sofrer
Em quem devo confiar?
Por ingenuidade eu fiz
Por imaturidade confessei
Por dor eu tentei
Que argumentos devo usar?
Em quem deposito minhas esperanças?
O que irá ser de mim?
(Carlos A. T. Rossignolo)
Soneto aos Desgraçados
Oh! Deus dos desgraçados
Pessoas que não merecem viver
Dizem, mentem, afirmam aos bocados
Que outros fazem aquilo que querem fazer
Querem sim, mas por serem covardes
Não o fazem, e culpam os que são o que são
Vocês, tolos malditos mates
A si mesmos com seu ferrão
Na terra, purgatório ou inferno
Irão todos em demasia sofrer
E arder no lago de fogo eterno
Dos homens, demônios ou Deus
Jamais receberão o Perdão
E por terra cairão os falsos dizeres teus.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Soneto a Vinicius de Moraes
Tu me entendes, tu se assemelhas a mim
Ou será que sou eu que me assemelho a ti?
Essa história, essa indecisão sem fim.
O homem em sua complexidade austera
Passa por fases indefiníveis para seu ser
Não tenho Mário e nem outros a espera
Para essa mudança em minha psique fazer.
Oh Vinícius, como posso conter
Essa indecisão que não me deixa viver?
Não quero as poesias pobres, mas as modernas.
Chega das inúteis poesias dos altares!
Chega de com letras tentar formar pilares!
Quero mudança, quero poesias eternas!
(Carlos A. T. Rossignolo)
terça-feira, 13 de abril de 2010
Devaneios ao por do sol
Na janela, barulhos ecoavam com o vento
O nuvens formavam-se alegres e densas
A emoção e estranheza eram imensas
Luz, sombra, cansaço, esperança
O cinza colorido da noite dança
Desbota, rola, destorce a realidade
Vejo o mundo pela janela, maldade
Carros vão e vem, tudo passa
O tempo passa, a sorte descalça
Tenta correr pelas ruas quentes
E as pessoas em ranger de dentes
Nada dura, o tempo cura
A dor se transforma em sabedoria pura
Ao olhar: nada. Apenas uma janela pequena
E por ela, vejo o mundo e penso: que pena!
(Carlos A. T. Rossignolo)
Amor Arterial
Veia cava
Do átrio e ventrículo direito ao pulmão
Artéria pulmonar
Do pulmão ao átrio e ventrículo esquerdo
Veia pulmonar
Do ventrículo esquerdo, arterial, para o corpo
Artéria aorta
Esse é o caminho
Longo, rápido, pulsante
Meu sangue se transforma, hematose
Meu coração bate cada vez mais forte
Por ti, Fero Amor
Por ti, Coração
Por ti, Solidão
Por ti, Minha amada!
sábado, 3 de abril de 2010
Páscoa
É páscoa, dizem as crianças
Ovos, pães, cordeiros, arranjos
Tudo para a data perfeita da esperança
Do Egito partem os judeus para a “Terra Prometida”
Na cruz, morre o Filho de Deus
Mas em um ato fantástico à partida
Ressuscita e sobe aos céus Jesus
Coelhinhos brancos, ovos de chocolate
Crianças felizes, adultos renovados
Olhos atentos, cor escarlate
Renovação da alma aflita
Transição de moral para imortal
E assim enrola-se ao ovo a fita.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Páscoalate
Do humano para o divino
Do concreto e indiscutível real
Para o irreal, de onde ecoa o sino
Comemoração cristã apreciável
Junção de divino ao terreno
Demonstração de fé e amor inegável
Apelo aos nossos bolsos sereno
Seria assim: belo e indiscutível
Se não fosse apenas o sistema nos sugando
Lucros, vendas. Isso é inaceitável
Supermercados lotados, criancinhas alucinadas
Consumo! Toda essa comemoração a isso se pauta
Homenagem lindíssima sem as intenções descaradas.
(Carlos A. T. Rossignolo)
segunda-feira, 29 de março de 2010
Progressssso
Anda, corre, voa, teleporta-se
Consumir é a palavra chave
Dinheiro é o combustível
Tudo ocorre a velocidade da luz
Recursos ambientais exauridos
Cidades, metrópoles, megalópoles
Trânsito nublado, zumbis diurnos
Zuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum!
Vamos. Vamos. Não pare!
Progresso! Progresso! Progresso!
Gritam os economistas frenéticos
Escravos das máquinas, da tecnologia supermutável
“Viver não é preciso”, tampouco o ritmo moderno
Trens, metrôs, foguetes, computadores
Tecnologia criada pelo ser humano para escravizá-lo
Progresso! Progresso! Progresso! Grita a sociedade faminta.
(Carlos A. T. Rossignolo)
sexta-feira, 26 de março de 2010
Flor-de-Lis
Pelos campos alvos e claros da França
Nasce, brota, cresce e morre a Flor
Os povos, sobre o poder do Sol têm esperança
Mas a Pátria lhes embute dor
Repressão, medo, angústia, miséria – absolutismo
Caráter de um sistema macrocefálico inútil
Onde o rei impõe seu egocentrismo
Braços, espadas, juntos em um golpe sutil
França! França! O que fez a ti Versailles?
Gastos, corte, nobreza. Seus filhos esperam
Terras, céu, ar e mares
Sejam firmes: exclamem! Conquistem o que nunca tiveram
Os amores, os perfumes, os sabores
Onde está tu, bela Europa?
Se esconde atrás das faces de um Império
Que encontrou seu fim em Waterloo.
Maçã
Meus braços prendem aos teus
Os teus prendem-se aos meus
Sintonia perfeita, pausas rítmicas
Pare! Não pense, deixe fluir a química
Teus olhos penetram os meus
Meus olhos penetram os teus
Da maçã mais vermelha o sabor
Se abre, se entregue, sê flor
Nas manhãs o orvalho toca a face
A face recebe alegre o orvalho e enlace
Em teus seios deleito, sinto o ar
Em tua boca serena é que consigo respirar
A lua chama, cristalina e serena
Sente a moça, sabe, vê minha pena
As estrelas cantam com eterno clamor
E os Zéfiros testemunham nosso amor.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Vaziu
Por sua causa, eu tenho medo
Por sua, causa eu tenho raiva
Por sua causa eu não tenho paz
Por sua causa que me vou
Tudo tem um preço
Tudo tem uma explicação
Tudo baseia-se na frase do Oráculo
Tudo perde a graça com o tempo
“Conhece te a ti mesmo”
Conhece teu caminho
Conhece tua mente
Conhece tua perspectiva
Lute para tê-los
Lute para ser reconhecido
Lute pela vida, e seus ideais
Lute por você e para você
(Carlos A. T. Rossignolo)
Poema Póstumo
Queria sentir essa emoção, sentir esse ar
Queria poder estar perto de ti, te tocar
Saber qual é o gosto do seu beijo
Saber como será realizar esse desejo
Não posso ao menos te amar
Não consigo parar de pensar
Porque da toca do coelho não saio?
Porque do topo dessa vida não caio?
Seria minha mão na sua
Essa mão gélida que flutua
Ter você em meus braços
Agora, porém, é tarde
Não há mais volta nos passos
E assim termino, sem amar-te.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Bandeira
Oh! Verde das reféns florestas
Que campos devastados cobres
Não muito nos resta
Sendo dinheiro o que nos move
Oh! Azul dos céus
Azul do mar
Pintamos de cinza teu véu
E tu não podes protestar
Oh! Amarelo de nosso ouro
Que migrou para distante país
Levastes riqueza e tesouro
Foi assim que estrangeiro quis
Oh! Branco de nossa paz
Alimentastes todos corações
E a desonra que a guerra trás
É o que nego em minhas orações.
(Carlos A. T. Rossignolo)
quinta-feira, 25 de março de 2010
O sistema escravista realmente acabou?
Na Primeira Revolução Industrial (Revolução subentende-se transformações na política, na sociedade, no estilo de vida, de produção, etc...), formou-se uma nova classe social: o Proletariado. Um pré-escravo; tendo em vista as condições desumanas as quais eram submetidos nas fábricas e, sem escolha, sendo forçado a trabalhar; pois o êxodo rural acontecia em larga escala, e as fábricas substituíam o campo, o qual não poderia mais ser a fonte de sustento das famílias.
As cidades modernas, formam um protótipo ilusório de prosperidade, formação intelectual e evolução humana, contrapondo esse ponto de vista; ela contrasta com as favelas, as periferias, a violência, marginalidade e outros problemas de infra-estrutura. Alguns recebem salários míseros, que mal suprem suas necessidades básicas, outros nem isso gozam. Todavia, o escravismo de hoje é mais sério; seria como “uma prisão sem grades” pois atua no nosso intelecto, é imposto de uma forma a qual aceitamos e queremos consumir. As pessoas cada vez mais querem um carro do ano, uma roupa de marca, um produto exclusivo – desta maneira, são forçadas por elas mesmas e pela sua vontade de consumir - a trabalharem cada vez mais para poderem satisfazer essa lacuna sentimental.
Esse tipo de escravismo mental que nós aceitamos sem questionar, é a fonte de renda e a base do capitalismo, onde o capital impera sobre raça humana, e só o ser individual pode combatê-lo, sabendo-se de que está se auto-destruindo e sua vida não orbita em torno de suas necessidades, mas para atender as necessidades do sistema, uma matix.
(Carlos A. T. Rossignolo)
segunda-feira, 22 de março de 2010
Manifesto Social
Se parar não pense, se pensar não pare!
Viva o hoje sem esquecer do amanhã
Digas tu, a todos aqueles que esperam sua queda
Digas por meio de ações, eu sou superior!
Raiva, medo, ódio, receio
Sentimentos típicos de seres humanos
Os transforme em força para lutar
Para olhar seus adversários por cima
Abaixar a cabeça e desistir impute fraqueza
Nada é em vão, “viver não é preciso”
Se preciso for, abdique hoje para ganhar amanhã
Divida, para poder governar, argumente
A vida é complexa, quem a torna fácil a entende
Esse é o segredo, decodificá-la e superá-la
Sê forte, sinta com a razão, sem utopias
O mundo é assim: se tropeçar, ele te engole.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Besteirinhas
[Com a professora aveludada
Surge a rítmica inesperada
De compasso gingado,
Explicitamente censurado] (Ernani Marques)
Estava com os olhos fixos, meus pensamentos flutuavam
Meu corpo estremecia, a adrenalina descarregava
Olho por olho, mente em mente; desejos voltavam
Meu sangue fervia, minha mãe acariciava
Mão de veludo, em um fluxo constante
Trocávamos saliva, beijos e mordidas
Não pensava, sentia apenas, curtindo o instante
Juras de amor eram feitas, que após o estase seriam esquecidas
Mais uma boca, outras mãos, outros olhares
Estávamos os três em um quarto escuro
Nada além do momento, com aversão a altares
Sem roupas, sem medo, sem preconceitos, sem muro
Movimentos lentos, sensuais, carícias, abraços
Barulhos, gestos, carinhos, passos
Não queria parar, hesitava, queria seguir o compasso
Mas em um parar repentino, tudo foi ao espaço!
(Carlos A. T. Rossignolo)
sábado, 20 de março de 2010
Existência
Vivo em um sono profundo, tentando acordar
Minha mente grita por socorro, injeta ar
Quero me virar, sair do cômodo, dessa caverna
Porque não é bom, não é real
Queria sentir a brisa fresca, ver o que não vi
Queria enxergar além das projeções, dos espelhos
Sentir as dores reais, os sabores reais
Queria o apocalipse para um novo começo
Peço a Morfeu que me acorde, que me revele o mundo
Essa simulação me esvai, tira minhas forças
Não tenho o controle, há um bloqueio mental
Preciso sair, preciso respirar o ar
Se existir é pensar, existo e subsisto
Se persistir é conseguir, eu desisto
Não tenho forças, não posso caminhar
Levanto a bandeira branca e volto a “cavernar”!
(Carlos A. T. Rossignolo)
CULPADO
Por sua culpa, eu não quero mais tentar,
Não vejo saída, nem luz no final
Penso em sumir, em me refugiar
Me escondo em meu cárcere mental
Por sua culpa, torturo minha mente
Escondo meus sentimentos, meu ser
Não aceito a germinação da semente
Colocaria um fim no viver
Por sua culpa, não ouso em novas propostas
Não almejo algo além de felicidade
Não me sinto em direito de respostas
Começo a pensar que não há fidelidade
Por sua culpa, engavetei meus amores
Fechei as janelas dos sonhos
Abri o coração para as dores
Deixei aflorar sentimentos errôneos
Por sua culpa, sou um poço vazio
Um mar sem sal, sol sem calor
Tenho medo, tenho frio
Não sei mais descrever o amor.
(Carlos A. T. Rossignolo)
sexta-feira, 12 de março de 2010
...
Com a professora aveludada
Surge a rítmica inesperada
De compasso gingado,
Explicitamente censurado.
De lua à marte
Minhas idéias se esvaem
E os pensamentos ecoados pelo sotaque
Retraem, contraem.
E subitamente, de um solavanco retumbante,
Ofuscado pelos diamantes,
Volto à realidade.
Mas as palavras ondulantes
Me enlaçam e volto ao paraíso errante.
(Ernani Marques)
Ode ao "Capetalismo"
Abaixo as grandes empresas!
Multinacionais devoradoras de membros
Aos empresários de sucesso
A escória social incrustada
Abaixo ao sistema de desigualdades!
Ao capital seletor de classes
A necessidade ideológica de consumo
E aqueles que se prendem à essa teia de aracnídeos
Fujam! Fujam! Fugir para onde?
Para o Olimpo, topo do mundo e morada de potências
Não! Não! É lá que ele nasceu e governa
Esse governo exclusivo, numérico
Que aos seus filhos explora até o pó
Quem faria algo assim? O capitalismo!
(Carlos A. T. Rossignolo)
EXPRESSIONISMO

O sol a pino, seus raios tangentes
As árvores brilhavam, reluzentes
Os lagos, corriam por convecção
Os pássaros com seu canto, alegravam meu coração
A moça de vestidos ao vento
Balançava os negros cabelos me deixando atento
A brisa suave tocava meu rosto
E o banco de madeira me servia de encosto
Tudo mudou, os raios sumiram
As árvores balançavam e caiam
Os lagos negros, sem luz gritavam às margens
Os pássaros desordenados deformavam a paisagem
A moça segurando o vestido tanto
Prendeu os cabelos e fez perder seu encanto
A brisa gélida para mim soprava
O banco com o tempo já cambaleava
As nuvens desprendiam-se do céu
As pessoas não se assustaram
A distorção me deixava tenso como um réu
E assim, os anos passaram.
(Carlos A. T. Rossignolo)
segunda-feira, 8 de março de 2010
Sem Você
A lua já não brilha mais
E tudo o que era cor se decompôs
Tornando-se preto e branco e sem paz
Como posso pisar senão no chão?
Quando tudo era perfeito eu não sabia
Damos valor apenas quando perdemos
Quando o mundo para e destrói a melodia
Se estamos vivos ou morremos
Como posso respirar sem ar?
Você por um tempo foi tudo o que tinha
Era meu ar, meu céu, meu chão
Jogou tudo pro espaço, não convinha
E eu fiquei em eterna solidão
Como posso ser sem existir?
Sabendo de tudo o que houve entre nós
Sentindo toda aquela química especial
Parecia que o mundo nos deixara a sós
E você foi embora, tornando-se banal
Como posso viver sem você?
(Carlos A. T. Rossignolo)
domingo, 7 de março de 2010
Idealização
Em frias noites procurei seu calor
Tentei entender porque a vida
Me privou de seu amor
Embalsamado em meu pranto
Estendi a mão pro céu
Mas despedaçou meu recanto
Só a ti em pensamento fui fiel
Queria que os pássaros
Tivessem testemunhado nosso amor
Porém em meus braços
Abracei apenas dor
Por ti amei loucamente
Por ti risquei terra no quintal
Por ti sacrifiquei minha mente
Por ti, sendo algo irreal.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Quarto escuro
Porque ainda vivo?
Porque respiro este ar?
Sendo tudo o que queria
Era estar morto, livre da carne...
As árvores tornam-se cinzas
Os pássaros se escondem nos galhos
Pessoas ignoram seu ser, para fingir
Fingem e acreditam em algo que não são
O que fazer quando se perde o controle?
Quando sabe o que tem a fazer
Mas não acha forças em si?
É errado querer desistir sem tentar?
Não há mais paisagens belas
Nem coisas atraentes, nem brisa calma
Tudo é monótono, tudo funde-se
Tornando-se o mesmo cinza sem graça
Desistir de tudo traria a paz?
Mas o desconhecido traz medo,
Insegurança, anula a coragem,
Nos deixa incapaz de agir
Será que perder tudo nos ensina?
Ou traz tanta decepção que esvai todas as forças?
Porque ainda vivo?
Porque ainda respiro este ar?
(Carlos A. T. Rossignolo)
Ploc Ploc
Os galhos na janela batiam
As águas sob mim se mexiam
Depois da força, o doce gosto
Ploc, Ploc...
Suor escorria pela face
As mãos frias tocando a barriga
Um gemido estranho esvaia
Nesse louco enlace
Ploc, Ploc...
Um frio incomodo sentia
Das gotas d’água que subiam
Do lago marrom desbotado saiam
E uma jovem que olhava ria
Ploc, Ploc...
Ao término dessa necessidade fisiológica
Sentia um incalculável alívio
Tudo o que importava no mundo
Tornou-se apenas um som: Ploc, Ploc!
(Carlos A. T. Rossignolo)
Mulher
Os bosques, as árvores, os lagos
Todo um conjunto natural e perfeito
Vendo suas mãos em meu peito
Registraram o balsamo em retrato
Por mistérios você se foi
Sem cheiro, sem rastro
Tão perto e tão longe de mim
Deixou apenas uma dor irreparável
O tempo passa, lembranças desbotam
Novas emoções não apagam de mim o que foi
Mas ajudam a recomeçar, sentir novamente
Uma vida que tem sentido com ou sem amor
Se distante está melhor, viva essa constante
Aquela louca dependência não mais me consome
O título tem seu nome, mas não minha vontade
Tendo e vista que desapareceu a saudade
Palavras nunca representam sentimentos
São os atos, sim! Eles transmitem
O que em meu coração guardo
E de sincera alma te digo: seja feliz.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Curiosidades
“Deus é o mais célebre artista, e nós, suas mais preciosas obras primas.”
“Viva intensamente; não como se hoje fosse o último dia, mas como se houvessem milhões de dias maravilhosos para se viver.”
“O amor é o mais antitético dos sentimentos
ele faz amar e odiar
faz sofrer e faz sorrir
faz chorar e se alegrar
ele te enaltece e te humilha.
Pois ele é o mais puro e intenso sentimento humano
Sem amor seríamos apenas um grupo de células
Que apenas existe, mas não vive.”
“O mais belo sentido não pode ser proibido
Não seria eloquente barrar algo tão alvo
Tudo vale a pena, se o Amar existe
Ame sem medo, diga: te amo!
Sacrifique a si mesmo
Algo que se sente, apenas sente
Não se traduz com meras palavras
Apenas se decodifica no olhar e
Se ouve nas batidas do coração.”
(Carlos A. T. Rossignolo)