Ismália logo percebeu,
Que não havia paz em seu cantar...
Viu em sua cabeça um véu,
Viu em seu semblante o chorar.
Seu mundo se escureceu,
As máquinas queria quebrar...
Queria a igualdade para os seus,
Queria seu pranto enxugar...
Na loucura em que se deu,
Em seu íntimo pôs-se a gritar...
Estava longe do céu,
Estava decidida a morte se entregar.
E com heroína se deu,
O seu triste pesar...
Enlouqueceu, emudeceu,
Já não podia mais cantar...
Seu corpo entregue aos seus,
Sua alma a vagar...
Não havia mais véu,
Não havia mais cantar.
(Carlos A. T. Rossignolo)
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