A lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888 pela princesa Isabel, pôs fim a prática escravista no Brasil. Porém, a escravidão pode ser entendida de várias outras formas, sendo que na nossa sociedade, somos obrigados a trabalhar para sobreviver, e alguns, ganhando salários totalmente miseráveis, tornando-se “escravo” de um sistema que destrói a classe desfavorecida em prestígio da favorecida. “Você é o que você tem.” São essas frases que fazem o estereótipo do modo de vida contemporâneo nas grandes metrópoles.
Na Primeira Revolução Industrial (Revolução subentende-se transformações na política, na sociedade, no estilo de vida, de produção, etc...), formou-se uma nova classe social: o Proletariado. Um pré-escravo; tendo em vista as condições desumanas as quais eram submetidos nas fábricas e, sem escolha, sendo forçado a trabalhar; pois o êxodo rural acontecia em larga escala, e as fábricas substituíam o campo, o qual não poderia mais ser a fonte de sustento das famílias.
As cidades modernas, formam um protótipo ilusório de prosperidade, formação intelectual e evolução humana, contrapondo esse ponto de vista; ela contrasta com as favelas, as periferias, a violência, marginalidade e outros problemas de infra-estrutura. Alguns recebem salários míseros, que mal suprem suas necessidades básicas, outros nem isso gozam. Todavia, o escravismo de hoje é mais sério; seria como “uma prisão sem grades” pois atua no nosso intelecto, é imposto de uma forma a qual aceitamos e queremos consumir. As pessoas cada vez mais querem um carro do ano, uma roupa de marca, um produto exclusivo – desta maneira, são forçadas por elas mesmas e pela sua vontade de consumir - a trabalharem cada vez mais para poderem satisfazer essa lacuna sentimental.
Esse tipo de escravismo mental que nós aceitamos sem questionar, é a fonte de renda e a base do capitalismo, onde o capital impera sobre raça humana, e só o ser individual pode combatê-lo, sabendo-se de que está se auto-destruindo e sua vida não orbita em torno de suas necessidades, mas para atender as necessidades do sistema, uma matix.
(Carlos A. T. Rossignolo)
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