sexta-feira, 28 de maio de 2010

E é lágrima que corre em meu rosto sem direção, esse sofrimento que guardo no peito, esse amor reprimido que me faz gritar por dentro um "te amo" inaudível... Isso me faz sentir a humanidade que trago por herança dentro de mim!

(Carlos A. T. Rossignolo)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Novo Amor

“No romantismo a idealização, no simbolismo a melancolia do amor.
Há uma nova forma de amar, um amor moderado, lógico, controlável.”


Amor meu!
Te amo assim, desse jeito,
Que do calor dos peitos seus,
Já após o beijo, desfeito,
Olhando o azul dos céus.

Amo de vez em vez!
Não quero ser pressionado,
Viverei livre como beija-flor,
Não serei aprisionado,
Pelo seu ingrato amor.

Amo logicamente!
As horas que contigo passo,
São preciosas, ficam na memória,
Mas, logo após, me livro do seu laço,
Sozinho farei história.

Amo moderadamente!
Tenho uma vida para viver,
E você também a tem,
Por ti não hei de sofrer,
Distanciando-me, porém.

Amo disfarçadamente!
Do sorriso sincero,
Tens de mim a gratidão,
Por entender este esmero,
Do fundo de meu coração.


(Carlos A. T. Rossignolo)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Elétrons

Oh! Elétrons da física quântica,
Passe de mim, sua teoria e seus subníveis ,
Não quero cálculos, quero da poesia a semântica,
Renego seus números, suas regras infalíveis.

A luz pisca melancólica...

Caias sobre ti, oh elétrons, as cargas negativas,
Que impulsionam, em uma corrente, minha vida
Em um sentido contrário, ausente de sensações positivas,
Em sua órbita insensível, imóvel, polida.

Bate estridente o sinal...

(Carlos A. T. Rossignolo)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Reflexão

As vezes é necessário um pouco de lágrimas para irrigar a nossa flor interior, para que ela possa crescer e se desenvolver, na luz da sabedoria.

(Carlos A. T. Rossignolo)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Túmulo Profundo



Em uma noite gélida, fria e morta em seu sentido
Quando das árvores caíam as últimas folhas sombrias
A névoa pairava sobre o campo alvo e abatido
Jazia um linda jovem, que distante sua face a fazia

Seu sangue estava escuro, sem aquele vermelho vivo
Seus olhos não mais transmutavam aquele azul profundo
Suas mãos gélidas não me faziam seu cativo
Sua imutabilidade e impotência pregavam-na ao fundo

Os corvos cantavam um som fúnebre e vazio
Os vermes estavam a esperar sua carne aveludada
O vento fazia reverência a face morta - sopro frio
E ao mais profundo sono de desespero estava destinada

Sua beleza já se desfazia, seu corpo em decomposição
O ruído da noite desviava do túmulo da senhora
E não mais ouvia, aquele forte e ritmado som do coração
Que não mais batia com a leveza de outrora

Sua tumba, com pesado mármore, foi lacrada
Não havia volta, sentia o peso da terra
E sua boca, formadora de belas palavra - fechada
O anjo da outra vida, tocar a trombeta, imóvel, espera.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Música Eterna



Ao som de teclas de piano
Sinto o som, sinto a música
Que é profunda como oceano
E se tinge de rubrica

Sinto o cheiro das flores
Vejo o dançar de pássaros
Que no ar dançam em cores
E sentem a ópera como Zéfiros

As claras nuvens ao amanhecer
Distorcem a paisagem fina
E cobrem o raios que vem aquecer
As pastagens sobre a campina

Notas, notas! Belas e límpidas
Mudam a realidade eterna
Torna-a mais amena e cristalina
Clareiam o fundo da caverna

O tempo vem passando vago
Vem refletindo sua imagem no lago
Seu brilho, seu envelhecer
Não há outra forma de viver.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Athena




Tu, oh poderosa protetora
Protegeste a polis grega não por amor
Foste minha musa inspiradora
E em sua face não encontrei temor

Não eras pura, dos cabelos alvejados
Não tinhas olhos azuis, nem vestiste manto branco
Eras calma, singela em seu legado
Reluzia sim, não luz, mas seu encanto

Não foste sonho a mim, e sim alegria
Em visão tangível aparecia, me mostrando o mundo real
E em gestos brandos, calmos, uma epifania

Somente a ti, meu coração é leal
Somente a seus cabelos negros, harmonia
Somente em tua companhia, quero a vida eternal.

(Carlos A. T. Rossignolo)

domingo, 23 de maio de 2010

Máscaras



Em altos castelos se faziam
Os bailes, as festas, bacanais
E a nobreza de taças se esvaiam
Em vinhos, dos campos fraternais

Nas noites de tom alaranjado
Banhadas pelas vermelhas velas
Os vestidos das damas alvejados
Conjuntavam com máscaras amarelas

Máscaras! Mascaras para disfarçar
A pobreza de uma nobreza
Que não cessa de matar
A esperança da plebe com destreza

Em taças de ouro bebiam
O vinho que ao sangue era comparado
E ao som da música se esqueciam
Do Amor que era subjugado.

(Carlos A. T. Rossignolo)


Nova Ismália

Ismália logo percebeu,
Que não havia paz em seu cantar...
Viu em sua cabeça um véu,
Viu em seu semblante o chorar.

Seu mundo se escureceu,
As máquinas queria quebrar...
Queria a igualdade para os seus,
Queria seu pranto enxugar...

Na loucura em que se deu,
Em seu íntimo pôs-se a gritar...
Estava longe do céu,
Estava decidida a morte se entregar.

E com heroína se deu,
O seu triste pesar...
Enlouqueceu, emudeceu,
Já não podia mais cantar...

Seu corpo entregue aos seus,
Sua alma a vagar...
Não havia mais véu,
Não havia mais cantar.

(Carlos A. T. Rossignolo)

sábado, 22 de maio de 2010

Anjo

Sua face translúcida e bela
Vem em sonhos me tanger
Da névoa envolta faz-se cela
E impõe à realidade a se esconder

Seus vestidos reluziam como prata
Seus olhos azuis ondulavam como oceano
Em sua imensidão me traga e mata
As minhas esperanças, amor tirano!

Em um instante triste e frio
Sua luz abandona meu vago ser
Tornando-me um completo vazio

Não há existência, não há viver
Sem você sou como um rio
Passando as águas sem perceber.

(Carlos A. T. Rossignolo)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dia ácido

Foi neste ácido dia,
Em que minhas bases neutralizaram-se,
Meu corpo perdeu a alegria,
Minhas memórias, gritantes, calaram-se.

Nesse produto de sais,
Cristalizou-se minha fé,
Confiança despencou como cristais,
E no chão despedaçou em pé.

Acusa-me de algo que não fiz,
Em sua miséria, em sua loucura,
Isto sempre foi algo que não quis,
Mas recaiu sobre mim como uma noite escura.

Tudo era sol, tudo era luz,
E assim tornou-se noite sem luar,
Sem as estrelas que me conduz,
Sem voz, para cantar!

(Carlos A. T. Rossignolo)

Miséria do ser humano

Somos fracos, pequenos, errantes seres
Da terra fomos feitos
Que ao pó, dos vermes seremos lazeres
E o que se eterniza é o que se tem ao peito.

Na tumba gélida, pálidos estaremos
Do sol não pegaremos a cor
Nas águas não mais remaremos
Das doces frutas não sentiremos o sabor.

Somos a miséria do mundo
Os que exercem domínio irracional
Da vida a morte em um segundo
Nenhum corpo, jamais, eternal.

Tantos sonhos, tantos desejos vis
Planos e metas categoricamente traçados
A morte entregar-me nunca quis
Mas a esse fim fomos destinados.

Idealização fútil, definição errante
Das águas evoluíram
Os céus conquistaram, secantes
E voltaram ao pó que surgiram.

(Carlos A. T. Rossignolo)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Poesias, sonhos e palavras... Tudo se confunde no meu [in]consciente. Talvez mais consciente do que as loucuras que nossas mentes fúteis e limitadas sonham... Não há caminho, não há verdade universal... Somos alunos da vida, somos [a]lumini do mundo. As vezes despreparados para sairmos da caverna!

(Carlos A. T. Rossignolo)

Mente Turva

"Encontrar equilíbrio entre a Terra e o Céu, está realmente além do que sonha nossa vã filosofia"

Não necessito de mostrar meu valor,
A não ser a mim.
Não suporto mais essa dor,
Que exala jasmim.

Esses medos, esses anseios: disfarçados.
Não posso amar,
Por seguir regras amedrontado,
Por translúcido véu renegar.

As mãos aveludadas que percorriam meu Não,
Você, minha Maçã, meu pecado vão.
Por decisão, amar-te-ei jamais,
E sozinho, nessa névoa cristalina de sais.

Que seja assim!
Sem amores, sem dores, sem cálido véu.
Que em nuvens venham os Serafins
Com trombetas a me conduzir ao céu.

(Carlos A. T. Rossignolo)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ínfimo

"No outro encontra seu próprio ser, seu modelo, sua fixação. Assim é o amor, nos torna tolos, privados de qualquer reação!"

Você!
Que ao céu me conduz
Com seus lindos olhos azuis.

Você!
Que dos pensamentos meus
Fez cumprir aquilo que prometeu.

Você!
Que das asas ainda não provei
Voar na liberdade da qual me privei.

Você!
Qual espero ansioso encontrar
No céu, na terra, no mar.

Você!
Meu sonho pálido
Que do coração se fez cálido.

Você?
Existe apenas em minhas memórias
Que de ilusória chama, fez real parecer a história.

(Carlos A. T. Rossignolo)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Estrela na Janela

Olhava, sozinho e amargo,
Para o vazio obscuro do céu,
Não havia estrelas, não havia luz,
Não havia paz, nem nada.
Estava pedindo aos carrascos a palidez,
Queria fechar os olhos, descansar.
Jazido no meu pranto, no meu manto,
Não havia sentido algum,
Queria desistir, queria parar!
Mas você estava lá, estava a contemplar-me.
Estava a amar-me, sendo como sou.
Tu, oh estrela!
Tu, brilhavas pra mim quando o mundo me abandonou.
Tu, sozinha e alegre, resplandecias o céu,
A mim foste fiel, foate amiga, sincera.
Na minha janela, estrela foste.
Foste estrela, na minha janela.
Estrela companheira, não dos sábios,
Nem dos astrônomos, mas de mim.
Deste pobre, fraco, errante ser.

(Carlos A. T. Rossignolo)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Conserva a paz, ó minha alma

"Quando tudo parece perder o sentido, quando nos encontramos no fundo do poço, somente algo supraumano para nos refazer as forças."


1- Conserva a paz, tem, ó minha alma
Suporta a cruz que o salvador te deu;
Deus te provê de confiança e calma
E te dará o que te prometeu;
Oh! Fica em paz, pois Ele é fiel;
Contigo está o Santo de Israel.

2- Conserva a paz, feliz é o teu futuro,
Junto a Jesus, amado Salvador;
Teu galardão no céu está seguro,
Breve o terás das mãos do Redentor;
Oh! Fica em paz, pois tens a salvação,
Ao teu redor está o Guardião.

3- Conserva a paz, descansa bem tranqüila,
O teu Senhor por ti velando está;
Amparo tens se o teu pé vacila,
Das mãos de Deus ninguém te tirará;
Oh! Fica em paz e os receios teus
Dissipará O que formou os céus.

(Hino CCB)

Poesia Pura

Para que decorar poesia? Para que temê-la?
Para que estimá-la? Ou distorcê-la?

Podemos senti-la, apreciá-la, amá-la.
Podemos tecê-la. Não! Isso é coisa de parnasiano aguado.
Apenas podemos deixá-la se cosntruir.

(Carlos A. T. Rossignolo)

sábado, 1 de maio de 2010

Comparo os “Shopping Center” de hoje à Bastilha francesa, a grande diferença está na evolução do sistema. Se antigamente, o absolutismo era combatido e mal visto pela população, levando a total destruição da prisão; o grande símbolo do capitalismo é amado por nós, seres humanos alienados e consumistas. Pelo visto, não iremos nos libertar dessa “prisão sem grades” tão cedo!

(Carlos A. T. Rossignolo)